Brasil é o País com mais milionários da América Latina e o mais desigual do mundo; veja ranking
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Estadão
O Brasil tinha 433 mil pessoas com fortuna superior a US$ 1 milhão em 2024, o que o torna o País com mais milionários em dólares norte-americanos da América Latina, seguido pelo México, que registrou 399 mil milionários no período.
Os dados são do Relatório Global de Riqueza de 2025, promovido pelo banco suíço Union Bank of Switzerland (UBS). A amostra analisada inclui 56 mercados, que representam 92% da riqueza mundial, e quase 60 milhões de milionários, com aproximadamente US$ 226,47 trilhões em ativos. Entre todos os países analisados, o Brasil figura na 19ª posição.
A liderança isolada do ranking é dos Estados Unidos, que tem 23,8 milhões de cidadãos com mais de US$ 1 milhão, o que equivale a 39,7% do total mundial e quase quatro vezes mais do que o segundo colocado, a China, que tem 6,3 milhões de milionários.
O país do presidente Donald Trump ganhou 379 mil novos milionários no ano passado – ou seja, mais de 1 mil por dia, incluindo finais de semana. Os EUA também têm ampla vantagem contra nações da Europa, como a França – terceira colocada com 2,9 milhões de milionários – e a Alemanha – quinta colocada com 2,7 milhões de milionários.
O mundo ganhou ao todo 684 mil novos milionários em 2024, o que representa um aumento de 1,2% em comparação com o ano anterior. A previsão do UBS é que mais 5,34 milhões de pessoas se juntem ao grupo até 2029, com a América do Norte e a China como principais impulsionadores do crescimento da riqueza global.
Para chegar a esses dados, o UBS considerou como patrimônio líquido os ativos financeiros (como investimentos) e bens imóveis (como casas e apartamentos) de propriedade de pessoas físicas, menos suas dívidas.
Brasil é líder na desigualdade na distribuição de riqueza
Enquanto tem o maior número de milionários em dólares norte-americanos da América Latina, o Brasil também é o País mais desigual do mundo na distribuição de riqueza, com 0,82 pontos no Índice de Gini, de acordo com o relatório do UBS.
Uma pontuação alta indica uma desigualdade elevada, enquanto uma pontuação mais baixa indica uma distribuição mais equitativa da riqueza.
Ao lado do Brasil, a Rússia também marcou 0,82 pontos, seguida pela África do Sul, com uma pontuação de 0,81. O país mais igualitário avaliado na amostra foi a Eslováquia, com 0,38 pontos.
A riqueza média por adulto – que considera o patrimônio total dos países dividido pelo número de adultos – é de US$ 593.347 na América do Norte, líder no quesito, e de US$ 34.694 na América Latina, a pior colocada.
País é vice-líder na transferência de patrimônio
O Relatório Global de Riqueza prevê uma transferência mundial total de patrimônio de US$ 83 trilhões nos próximos 20 a 25 anos.
Mais de US$ 74 trilhões serão de transferências horizontais – ou seja, entre pessoas da mesma geração, como quando um cônjuge herda bens do outro após o falecimento – e cerca de US$ 9 trilhões serão de transferências verticais – de uma geração para outra, como quando o pai deixa a herança para os filhos.
O Brasil é o segundo colocado no ranking de transferências de patrimônio, com US$ 9 trilhões, atrás apenas dos EUA, que tem mais de US$ 29 trilhões a serem distribuídos nas próximas décadas.
A justificativa do UBS para essa previsão é o tamanho da população brasileira com mais de 75 anos, que equivale a quase o dobro da do México, por exemplo.
Veja o top 20 dos países com mais milionários em dólares norte-americanos:
- Estados Unidos: 23,831 milhões
- China continental: 6,327 milhões
- França: 2,897 milhões
- Japão: 2,732 milhões
- Alemanha: 2,675 milhões
- Reino Unido: 2,624 milhões
- Canadá: 2,098 milhões
- Austrália: 1,904 milhões
- Itália: 1,344 milhões
- Coreia do Sul: 1,301 milhões
- Países Baixos: 1,267 milhões
- Espanha: 1,202 milhões
- Suíça: 1,119 milhões
- Índia: 917 mil
- Taiwan: 759 mil
- Hong Kong: 647 mil
- Bélgica: 549 mil
- Suécia: 490 mil
- Brasil: 433 mil
- Rússia: 426 mil








